Renato Marques, CEO da Uaify e da Uchat4Me, conta, em entrevista exclusiva, um pouco da sua experiência ao internacionalizar seus negócios por meio do Porto Digital Europa
No dinâmico cenário global dos negócios, a internacionalização tem se tornado uma excelente estratégia para empresas que buscam expansão e inovação.
Um exemplo notável dessa tendência é a jornada da primeira empresa brasileira a atravessar o Atlântico com o Porto Digital Europa, a Uaify, com um projeto revolucionário que conecta o Brasil ao mercado europeu e abre portas para novas oportunidades.
Este marco não é apenas um testemunho da crescente integração entre as economias brasileira e europeia, mas também uma evidência do potencial transformador que a colaboração internacional pode trazer.
Neste contexto, entrevistamos o CEO da Uaify e da Uchat4Me, Renato Marques para entender como está sendo este caminho percorrido até agora e como ele tem aproveitado as oportunidades oferecidas pelo Porto Digital Europa, assim como as estratégias adotadas para a sua inserção no mercado português e os impactos dessa expansão em sua trajetória de crescimento.
PDE: Renato, apresente-se e fale sobre suas empresas, brevemente.
Renato Marques: Vim do interior de Minas Gerais para Belo Horizonte ainda muito jovem e lá nasceram duas empresas, a Uaify e a Uchat4Me. A primeira é a agência de marketing e performance e a outra, uma startup de inteligência artificial. Nesta última, trabalhamos com desenvolvimento e a disponibilização de agentes para CS e para vendas. Além de outras soluções também voltadas para a inteligência artificial, como automação. Agora, há uma terceira empresa, que foi exatamente construída e nasceu em território português, que inclusive já é um resultado do processo da internacionalização.
PDE: Em julho de 2023 você atravessou o Atlântico com sua família para viver em Aveiro, Portugal. Como foi tomar essa decisão?
Renato Marques: O processo começou em 2022, para ser mais exato, em outubro, com uma missão promovida pelo Porto Digital Europa, para empresários brasileiros conhecerem a proposta de internacionalização e, principalmente, Aveiro, a cidade em que este hub empresarial abriu suas portas. Conhecer os porquês da escolha do local, a infraestrutura, com participação do presidente da Câmara, Ribau Esteves, do vereador João Machado e outras personalidades deste ecossistema, foi fundamental para entender que havia um grande interesse de Portugal em receber nossas empresas, e não só uma grande vontade de internacionalização dos negócios, por nossa parte.
Essa conjuntura se caracterizou em uma segurança maior, destacando o quanto seríamos importantes para o crescimento local também. Em seguida, veio o pensamento: “quem chega primeiro bebe água limpa”, o que me motivou a aproveitar essa oportunidade logo. Aliás, Aveiro é uma cidade que nos recebeu bem, com uma infraestrutura adequada para toda a família e o melhor: com uma sensação de segurança excelente.
PDE: Como foi passar pelo processo de internacionalização com o Porto Digital Europa?
Renato: Sendo bem realista, dá para fazer uma imigração sem ajuda? Dá. É fácil? Não, não é. Comparando com um jogo de videogame, é como se tivéssemos jogado no modo Easy (fácil). A ajuda que tivemos do Porto Digital Europa, logicamente, facilitou absurdamente. Não só as questões burocráticas, que acho que foram bem complicadas, tivemos também um apoio, no caso específico da Uaify, olhando para o lado pessoal e familiar, de uma figura imprescindível, o próprio Country Manager, João Barbosa, que não mediu esforços em momento nenhum. Ajudou, fez coisas impressionantes, ofereceu um over delivery, apresentou uma entrega muito maior do que eu acho que ele precisava.
PDE: Uma vez já em Aveiro no Porto Digital Europa, como está sendo sua experiência?
Renato: A experiência tem sido extremamente positiva em vários aspectos. Profissionalmente, já começamos a ver resultados concretos. Embora o processo de internacionalização ainda esteja em andamento,conseguimos abrir uma terceira empresa aqui e identificar oportunidades reais de projetos, alguns dos quais surgiram diretamente dessa iniciativa.
O futuro promete ainda mais. Com a chegada de outras empresas, o networking e as possibilidades de colaboração tendem a crescer. A valorização do ecossistema empresarial, que já é tão importante no Porto Digital de Recife, está sendo ampliada aqui de maneira significativa. Tenho grandes expectativas para o que está por vir.
No aspecto pessoal, as oportunidades superaram minhas expectativas. Já estabelecemos contatos comerciais e pessoais.
Pelo lado pessoal, embora a cultura seja diferente da brasileira, é mais familiar em comparação com outros países europeus, o que facilita a adaptação. Aveiro, em particular, é uma cidade bem estruturada que lembra uma cidade do interior de Minas Gerais, mas com as facilidades de uma grande cidade. Está bem localizada, com fácil acesso a cidades importantes como Porto, Coimbra e Lisboa, por exemplo, através de boas estradas e comboios, e o custo de vida é mais acessível do que comumente é nos grandes centros urbanos. Ainda existe a vantagem de a cidade ser plana, ideal para se deslocar de bicicleta. Em suma, foi uma excelente escolha.
PDE: Qual o maior desafio no processo de internacionalização?
Renato: Como falei, nós somos beta testers. Deixando bem claro, isso está dentro dos riscos. Nosso maior desafio até agora foi enfrentar mudanças inesperadas no cenário de imigração de Portugal. Tivemos que readaptar a rota e tomar atitudes mais pertinentes ao nosso perfil, tudo com suporte do Porto Digital Europa.
PDE: Agora que você já está em Portugal, há algo que o surpreendeu em relação à adequação de empresas brasileiras?
Renato: Foi uma grande surpresa perceber que muitas oportunidades estão subestimadas devido à falta de conhecimento ou experiência de empresários brasileiros e até mesmo dos portugueses. Por exemplo, existem áreas de tecnologia no Brasil mais avançadas do que em Portugal (principalmente devido a haver menos barreiras na legislação), isso nos traz um grande reconhecimento. O Marketing brasileiro também é bem valorizado aqui, demonstrando um potencial significativo para uma real e proveitosa colaboração e intercâmbio entre empresas brasileiras e portuguesas.
PDE: Qual é o balanço de um ano e quais conselhos você pode compartilhar com empresários que desejam internacionalizar seus negócios?
Renato: Destaco a importância de pesquisar sobre os desafios, políticas das áreas de atuação, a adaptação do produto ou da marca, pois as conformidades legais e contábeis apresentam diferenças. Outra questão, por exemplo, é se você trabalha com dados, precisa ficar atento às políticas, avaliar a GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados – RGPD), principalmente se sua empresa presta serviços para outras empresas, porque elas avaliam se as plataformas estão adequadas e muitas vezes é necessário o certificado de segurança.
Reitero a importância em buscar suporte especializado para internacionalizar seu negócio. O Porto Digital Europa oferece orientação profissional para conectar empresas e ferramentas para superar os desafios do processo de internacionalização. Além disso, Portugal serve como uma excelente porta de entrada para o mercado europeu, que também é facilitada quando se tem o apoio adequado e os parceiros certos.
Embarque você também no Porto Digital Europa
Como o empresário Renato Marques ressaltou nesta entrevista, com o suporte certo, a internacionalização da sua empresa pode ser um processo mais leve e seguro.
Aproveite a oportunidade de expandir seus negócios e explorar novos mercados através da assessoria especializada do Porto Digital Europa. Seja você o próximo a atravessar o Atlântico com total confiança.
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